Baleias (Subordem Mysticeti)

Chamamos de baleias os cetáceos da Subordem Mysticeti (também chamados de misticetos) que no lugar de dentes, possuem barbatanas. As barbatanas são placas dérmicas semelhantes à uma vassoura. Elas existem apenas na maxila das baleias, e tem a função de filtrar o alimento que existe na água.
As baleias são os maiores mamíferos vivos atualmente, e necessitam vir à superfície da água para respirar periodicamente.

Qual é o alimento das baleias?
Em geral, as várias espécies de baleias se alimentam de crustáceos muito pequenos, por vezes microscópicos que existem na água do mar (krill). Pequenos peixes também podem fazer parte da alimentação.

Como funciona o processo de alimentação? 
Elas alimentam-se por filtração. A baleia abre a sua enorme boca e deixa entrar um grande volume de água, que contém o alimento. em seguida, fecha a boca e empurra a língua em direção ao teto (o céu da boca!). A água passa por entre as barbatanas e é expulsa de volta para o lado de fora. Entretanto, o alimento fica retido pelas barbatanas, podendo então ser ingerido. Com este método, as baleias podem comer até 2 toneladas por dia!


Imagem: Carl Buell/Nicholas D. Pyenson/Smithsonian Institution


Caça e Risco de Extinção
No passado, desde o século 12, as baleias foram muito caçadas pelo ser humano, de forma insustentável, para uso de sua gordura, carne e ossos. A partir do século 20, com a industrialização da caça, as populações de baleias reduziram-se drasticamente, correndo sério risco de extinção. Diante deste cenário, nas últimas décadas, dezenas países de todo o mundo têm se reunido anualmente na Comissão Baleeira Internacional para definir medidas de proteção às populações de baleia. Lentamente, algumas medidas vão sendo tomadas, como a moratória da caça. No Brasil, a caça às baleias foi proibida em 1986.
Atualmente ainda existem baleeiros japoneses que desobedecem tratados internacionais e realizam a caça às baleias nos mares da Antártida. A Sea Shepherd - famosa e polêmica organização ativista de proteção à vida marinha - tem atrapalhado essas campanhas e gerado prejuízos milionários para estes baleeiros modernos, reduzindo o número de baleias mortas a cada ano.

É importante lembrar que além da sua importância ecológica, as baleias geram mais retorno financeiro quando vivas: o turismo de observação de baleias rende US$ 1,5 bilhão por ano em todo o mundo.

Confira os melhores lugares para a realização de turismo de observação de baleias em todo o mundo.

Baleias no Brasil e no ES
O litoral brasileiro é visitado por 7 espécies de baleias: a baleia azul (a maior de todas!), a baleia franca-do-sul, a baleia jubarte, a baleia fin, a baleia sei, a baleia de bryde e a baleia minke. O litoral do Espírito Santo é visitado frequentemente por duas espécies: a baleia franca-do-sul e a baleia jubarte.
Ambas as espécies passam o verão alimentando-se de krill nos mares da Antártida. Quando chega o inverno, elas sobem para os trópicos para realizar atividades reprodutivas e darem à luz seus filhotes. Neste período em que estão em águas brasileiras, elas não se alimentam, utilizando a reserva energética de sua gordura corporal.

Baleia Franca-do-Sul
As baleias franca-do-sul (também conhecidas como baleias franca-austral) viajam no máximo até o Espírito Santo, onde, acostumadas com águas rasas, por vezes chegam bem próximas à praia acompanhadas de seus filhotes. A principal área reprodutiva da espécie fica no Estado de Santa Catarina, onde destaca-se o Projeto Baleia Franca, que desde 1982 realiza atividades de conservação.

Baleia Jubarte
Já as baleias jubarte, a partir de junho viajam até o banco de Abrolhos, entre os Estados da Bahia e o norte do Espírito Santo, para darem à luz seus filhotes. Dessa forma, as baleias jubarte do Atlântico Sul são baianas e capixabas! Reconhecido nacional e internacionalmente como referência no estudo destes animais, o Instituto Baleia Jubarte (IBJ), sediado na Bahia, existe desde 1996, mas sua equipe já realizava atividades de conservação desde 1988. O IBJ também realiza o atendimento às baleias que encalham com vida no Espírito Santo.






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infográfico interativo do Estadão




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